Arrivederci para os restaurantes, bares, pubs, trattorias e pizzarias italianas que estando a mais de quarenta dias fechados, fazem jus ao termo “quarentena”. Temos as entregas a domicílio, claro, mas durante esses dias de isolamento, uma das atividades que mais nos deixam felizes e fazem passar o tempo é cozinhar, ainda mais se falamos de Itália. A incapacidade de comer fora de casa nos obrigou a tomar café da manhã, almoçar e jantar em casa e com isso as redes sociais diariamente são invadidas por pizzas, pastas, pães e lasanhas caseiras que nos deixam com uma constante fome. Com fome e sem muitas certezas, a verdade é que houve uma verdadeira mudança nos hábitos e opções de compra por aqui e a dúvida é: quais os alimentos mais comprados nos supermercados italianos durante a quarentena?
De acordo com os dados do Instituto de Serviços para o Mercado de Alimentos Agrícolas (ISMEA) de 16 de fevereiro a 15 de março, nas grandes distribuidoras, cerca de 750 milhões de euros foram gastos a mais que no mesmo período de 2019. E quais produtos foram comprados? Nas três primeiras semanas de confinamento, os produtos mais comprados na Itália foram aqueles de necessidade básica e não perecíveis como manteiga, açúcar, macarrão (previsivelmente), arroz, farinha e latas de tomate pelado.
E isso acabou mudando um pouco nas últimas duas semanas, talvez porque as pessoas entenderam que não havia nenhuma necessidade de estocar comida como se estivéssemos em uma guerra nuclear. Todos os supermercados continuaram funcionando e foram bem abastecidos, sendo assim, a compra desses produtos entrou em segundo plano em favor da farinha e do fermento. Esse último muitas vezes inacessível, já que é um produto vivo que não atende uma demanda tão alta em pouco tempo. E, com as pessoas um pouco mais calmas e sovando pão, pizza, macarrão e fazendo sobremesas: claro que a venda de ovos também aumentou. A venda de congelados (tê-los no freezer por várias semanas é sempre conveniente), pó de café, arroz e conservas também aumentaram nos supermercados italianos durante a quarentena.
Passamos agora para a semana de 16 a 22 de março, quando as pizzas congeladas, os frios, as batatas fritas, os cremes de passar em pães e torradas, a mussarela, as salsichas, os sorvetes e a camomila começaram a vender muito mais. Repare que os produtos vão mudando da linha básica e indo mais para o “comfort food”.
E não podemos nos esquecer que toda situação de tensão como essa quarentena, gera um aumento claro nas vendas de álcool, afinal muito precisam afogar suas mágoas quando a camomila não faz mais efeito. E brincadeiras a parte, de fato, a compra de vinho na Itália aumentou significativamente em comparação com o mesmo período de 2019, mesmo que o crescimento maior tenha sido registrado em sites especializados de compra online.
Basta saber como o italiano vai se comportar nos supermercados na pós-quarentena, depois de ter mudado sua rotina alimentar e consumindo mais calorias. Será que teremos um aumento no consumo dos produtos naturais e de baixa caloria? Veremos.
Un bacio.
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