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Ciao a tutti! A partir de 18 de setembro, para inaugurar a temporada de outono no Palazzo Reale, chegou a tão esperada exposição dedicada ao mestre do impressionismo Claude Monet. Fomos visitá-la e mostramos aqui como foi descobrir um poucos das 53 obras emprestadas do Musée Marmottan Monet de Paris, o maior núcleo da obra de Monet no mundo, fruto de uma generosa doação de Michel, seu filho, ocorrida em 1966 ao museu parisiense. Vamos lá?

A primeira coisa que devemos lembrar é que nessa mostra constam 53 obras de Monet, incluindo os seus Nenúfares (1916-1919) e o Parlamento, Reflexões sobre o Tamisa (1905). O percurso cronológico traça toda a tragetória artística do Mestre impressionista com obras que o próprio artista considerou fundamentais, privadas, tanto que as guardou em sua casa em Giverny e nunca as quis vender.

Monet, com toda sua sensibilidade, escolheu deixar seu atelier para pintar a verdade, quebrando regras. Para os impressionistas, a paisagem ou a cena da vida moderna são mais importantes do que o sujeito, ideia completamente diferente de, por exemplo, Leonardo da Vinci, onde o sujeito é sempre o protagonista de suas obras. A mostra é dividida em 7 seções e apresenta “Le Rose”, a última obra do artista, que data de 1926 (ano de sua morte aos 85 anos de idade) e representa sua última celebração. Monet sofria há alguns anos de catarata e aqui se despede com cores contagiantes, impressionantes, com frágeis rosas, das quais botões se destacam em um lindo céu azul.

O mundo de Monet, com suas pinceladas encorpadas mas muito delicadas, com aquela luz às vezes turva e às vezes ofuscante, às vezes evanescente, em uma natureza retratada sempre em seu momento mais evasivo, em uma beleza única. Durante a mostra, duas salas ainda nos permitiram mergulhar em seus quadros em um show de luzes magnífico que nos fez perder a noção do tempo. Isso tudo misturado a espelhos que nos fizeram refletir em cada obra, sob a luz e as mudanças deste que foi um dos protagonistas indiscutíveis do impressionismo: Claude Monet.

Palazzo Reale

Piazza del Duomo, 12

Por conta da emergência Covid-19 é necessária a apresentação do Green Pass ou do exame negativo feito nas últimas 48h antes da visita


Quando

de 18 de setembro 2021 a 30 de janeiro de 2022

Segunda-feira fechado

Terça, quarta, sexta, sábado e domingo, das 10h às 19h30

Quinta-feira das 10h às 22h30

A bilheteria e a entrada fecham uma hora antes

Valores

De €8 a €16

Gratuito para menores de 6 anos, que devem mesmo assim comprar o ingresso GRATUITO, selecionando-o no carrinho. Não será possível solicitá-lo diretamente na bilheteria.

Compre aqui seu bilhete online.

Boa visita!

Ciao! De um lado Milão devastada pelos bombardeios da Segunda Guerra, de outro lado Milão quase irreconhecível pela epidemia de Covid 19. E é comparando estes dois eventos traumáticos que nasce a exposição fotográfica MA NOI RICOSTRUIREMO (Mas nós reconstruiremos). 

Todos sabemos que Milão é uma cidade poderosa, uma das mais importantes da Europa, que já enfrentou vários períodos difíceis ao longo da história. Um desses períodos é absolutamente a sequência de bombardeios que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial, em particular os ataques de agosto do ano de 1943 que deixaram a cidade de joelhos.

No final do verão deste mesmo ano Milão estava irreconhecível, com destroços por toda parte e um grupo de fotógrafos com paciência e paixão que registrou tudo. Nos dias de hoje, mais precisamente na primavera de 2020, Milão enfrenta um novo desafio: a pandemia, que a deixa vazia, silenciosa e frágil. Durante o lockdown nasce essa exposição, com os mesmos lugares símbolos, já machucados pela guerra antes e agora machucados pelo vazio da pandemia.

Assim como a guerra, a pandemia mudou toda a rotina de milhões de pessoas, seus modos de estudar, trabalhar, consumir, comprar e viajar. Ambos os eventos, mesmo diferentes entre si, tem em comum o desejo de “voltar ao normal”, de reconstruir tudo que foi perdido, a vontade de assegurar um mundo melhor e de previnir que aconteça de novo. 

Nessa exposição, vemos 70 imagens de onze lugares simbólicos de Milão, incluindo a Última Ceia, a Galeria Vittorio Emanuele, a Basílica de Santo Ambrósio, Brera e a Piazza Fontana, todos devastados pelos ataques aéreos de 1943. As imagens mostram a face de uma cidade destruída e ao mesmo tempo corajosa, com fotos cruciais que retratam seu orgulho e sua grande capacidade de renascer. Com o testemunho histórico de acontecimentos tão dramáticos, a exposição pretende, apesar da grande diferença de origens, situações e efeitos entre os dois eventos históricos, ser um estímulo para o atual recomeço de Milão. 

E ainda sobre os lugares símbolos de Milão, quem não conhece o Teatro Scala, o maior teatro lírico do mundo? Bom, aqui ele aparece em escombros. A linda e dourada Galeria Vittorio Emanuele, o primeiro shopping do mundo, dessa vez é apenas um esqueleto contra o céu. E ainda nossa amada estátua em ouro que reluz sob o Duomo, a Madonnina, que ficou anos coberta por um tecido verde para não brilhar e chamar atenção para um ataque, só assim sendo salva. 

Ou ainda a Última Ceia de Leonardo da Vinci que foi protegida com uma barricada desesperada, onde tudo em sua volta caiu e foi incendiado, porém ela, graças ao grande amor dos milaneses, foi salva e ainda hoje a podemos visitar. E por último, as obras da Pinacoteca di Brera, que graças a mente visionária de sua diretora Fernanda Wittgens, que solicitou e acompanhou pessoalmente o transferimento das obras da Pinacoteca a refúgios em várias partes da Itália, salvando-as todas. 

Isso tudo sem nos esquecer do cotidiano dos milaneses afligidos pela guerra: as carroças que substituíram os tram porque os trilhos desses ficaram completamente destruídos, um almoço ou jantar ao ar livre, na beira da estrada, em torno de uma mesa improvisada, porque as casas não estavam mais alí, a ajuda entre os vizinhos, o olhar resignado e o silêncio, o sofrimento e o medo, a força e coragem em cada imagem. 

Hoje, com as claras diferenças, nos lembramos quando saímos as ruas de Milão no dia seguinte ao fim do lockdown. O mesmo olhar resignado e o silêncio nos rostos das poucas pessoas que se aventuraram nas ruas, a força e coragem em cada rosto com máscara, o arrepio, o medo, a saudade, o amor, a vontade de revê-la, de revivê-la. 

A mostra Ma noi ricostruiremo é particularmente terrível e bonita, é um soco no estômago e um alívio de esperança, tudo ao mesmo tempo. Nós moramos em Milão, a amamos e fizemos dela nossa casa, fomos acolhidos por essa cidade valente que nunca se abala, que luta e vive, que é generosa e vibrante. Essas imagens do passado e do presente, contrapostas, nos enchem de orgulho de nossa Milão, uma cidade que sempre renasce, que sempre se reconstrói. Sim, porque  nós a reconstruiremos! 

“MA NOI RICOSTRUIREMO. La Milano bombardata del 1943 nell’Archivio Publifoto Intesa Sanpaolo”

Onde
Gallerie d’Italia – Milão

De 9 a 29 de outubro entrada pela Via Manzoni, 10 e de 30 de outubro até 22 de novembro pela  Piazza della Scala, 6

Quando e que horas

A mostra vai até 22 de novembro de 2020 de terças a sextas das 11:00 às 19:00 (entrada permitida até às 17:30). Fechado às segundas-feiras

Quanto

Bilhete comum válido para visitas a exposições temporárias e coleções permanentes, que pode ser adquirido diretamente na bilheteira e no TicketOne (recomenda-se a reserva).

De 9 a 29 de outubro de 2020
Inteira 5,00 € 

Ingresso gratuito para menores de 18 anos

De 30 de outubro a 22 de novembro de 2020 

Inteira 10,00 € 

Ingresso gratuito para menores de 18 anos

Ciao! Não há dúvidas de que Frida Kahlo é uma figura central da arte mexicana, ela é a mais famosa pintora latino-americana do século XX. Com o marido Diego Rivera, um dos mais importantes muralistas do México, formaram um dos casais mais emblemáticos da história da arte mundial. E a mostra Frida Kahlo “Il Caos Dentro” em Milão não pensa somente a artista Frida, mas principalmente a mulher Frida e em todos os seus diversos conflitos e problemas em sua vida que geraram um verdadeiro caos dentro dela. Fomos conferir a mostra e aqui contamos tudinho. Vamos lá!

Nascida em 1907 em Coyoacán, periferia da Cidade do México, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón herdou e fez de seus os valores da Revolução Mexicana, incluindo seu amor pela cultura popular. As canções, as roupas indígenas, os artesanatos e os brinquedos tradicionais, aliados à influência religiosa da mãe e às noções técnicas sobre a fotografia adquiridas do pai, o qual tinha um apego particular, criaram um vínculo profundo entre a sua produção artística (e portanto a sua existência) e a história do México. 

Frida sempre teve um vida semeada por tragédias: aos seis anos de idade contrai poliomielite, uma doença que deixaria seu pé e perna direita deformados, fazendo com que seu apelido na infância fosse “pata de palo” (perna de pau). Essa deformidade a faz mancar pelo resto de sua vida. 

Aos 18 anos, Frida ainda sofre um grande acidente que mudaria mais uma vez sua vida: o ônibus em que viajava colidiu com um bondinho. Várias fraturas na coluna, vértebras lombares e osso pélvico, bem como um ferimento penetrante no abdômen fazem com que Frida passe por uma longa convalescença que a dá tempo para se dedicar à pintura. Porém, as consequências desse grave acidente tornaram a sua existência bastante atormentada, na verdade, Frida teve vários abortos espontâneos e enfrenta mais de trinta operações. Todos esses acontecimentos infelizes ela representa em suas pinturas, dos quais também vaza a imensa dor interior causada pelas constantes traições de Diego Rivera, seu marido.

A obra de Frida tem raízes na tradição popular, mas também nas experiências de vida e nos sofrimentos sofridos, que ela consegue exprimir com extraordinário talento: o caos interior e o labor existencial exprimem-se numa produção artística excepcional, capaz de transcender todas as épocas e fronteiras. E não só. Na verdade, são constantes as referências a um México que passa por profundas transformações sociais, políticas e culturais, as mesmas que o teriam conduzido à modernidade do século XX. A exposição “Frida Kahlo – O caos interior” é uma viagem sensorial que, com o apoio da tecnologia, dá a oportunidade de observar de perto a vida e obra de Frida, sua relação conturbada com Diego Rivera, seu quotidiano e os elementos da cultura popular tão caros a artista.

Imperdível.

Frida Kahlo Il Caos Dentro

Fabbrica del Vapore – Via Giulio Cesare Procaccini, 4

A mostra vai de 10 outubro 2020 à 28 março 2021

Horários

Segunda a sexta: 09:30 / 19:30 

Sábado e Domingo: 09:30/21:00 

(última entrada 30 minutos antes do fechamento)

Bilhetes a partir de €15 aqui

Ciao! Vamos te mostrar uma viagem extraordinária à antiga China de 2.200 anos atrás. “O Exército de Terracota e o Primeiro Imperador da China” representa a mais completa exposição já criada sobre a necrópole do Primeiro Imperador Qin Shi Huangdi, a oitava maravilha do mundo pelo impacto visual que a tornou famosa em todo o mundo. Ansiosos por conhecer? 

Vamos começar pelo termo Exército de Terracota, que refere-se à coleção de esculturas encontradas em 1974 na China. São mais de oito mil estátuas de soldados depositadas em um trio de fossas que ficam nas proximidades do túmulo do imperador Qin Shi Huangdi, o primeiro Imperador da China. Acredita-se que eles foram colocados ali sob a crença de que o exército protegeria o líder chinês no pós-morte. E o nome terracota vem do material de que são feitas as esculturas: argila cozida no forno, em torno dos 900 °C. Um material lindíssimo e muito delicado, tanto que apesar de descoberto na década de 70, há espaços ainda não explorados pelos pesquisadores, que o fazem com muito cuidado.

O Exército foi descoberto por agricultores chineses que cavavam um poço nas proximidades. Historiadores acreditam que para construir esse mausoléu, iniciado quando o imperador tinha apenas 13 anos, mais de 720 mil trabalhadores e artesãos, entre eles condenados por crimes e escravos, se dedicaram à obra em 36 anos de trabalho. Dizem ainda que depois de tudo pronto, o imperador mandou matar a todos para que ninguém soubesse a localização de seu mausoléu.

O Exército de Terracota e a construção desse mausoléu diz muito sobre a cultura da China na época, a qual acreditava-se que o imperador continuaria seu governo na vida após a morte. Por isso, o espaço é divido em vários ambientes, salas e até muralhas, para defender o imperador de possíveis embates.

Mais de oito mil soldados, 130 carruagens com 520 cavalos, 150 cavalos de cavalaria, serviçais do império, artistas e acrobatas. Estes divididos em três fossas diferentes, sendo que uma quarta fossa também foi achada, porém vazia. A primeira estava lotada de figuras e servia como uma espécie de linha de frente de batalha com cerca de 6 mil peças. A segunda tinha menos estátuas, cerca de 1.400. Os estudiosos acreditam que alí era a guarda militar do imperador. Já a terceira foi destinada a estátuas com oficiais de alto escalão com apenas 68 peças. 

Uma curiosidade é que as armas do exército não são reproduções. Segundo pesquisadores, elas foram usadas na Guerra de Unificação. Cerca de 40.000 dessas armas, sem a base de madeira foram encontradas nas fileiras da fossa número 1 e datam de 245 a 228 a.C. Nesse período, 90% das armas eram feitas em bronze, apesar dos exércitos europeus já usarem armas de ferro a séculos. As armas em bronze são menos afiadas porém mais resistentes e aqueles 10% das armas em ferro usadas pelo exército chinês eram apenas comemorativas.

Quando se olha de perto o exército do Imperador Qin Shi Huangdi, a impressão é de que eles tem muitas expressões diferentes, mas como os artesãos conseguiam criar essa diversidade com um número tão pequeno de moldes? Se pensa que foram usados apenas 8 moldes para a criação do exército. A resposta está no acabamento, pouco antes do cozimento das estátuas, onde as orelhas, bigodes, cabelos e diversas outras partes eram personalizadas. Expressões de alegria, tristeza, juventude ou raiva eram assim individualizadas. Além disso, elas era pintadas com tintas bem coloridas, que com o tempo saíram e restou apenas a coloração da argila. 

O Mausoléu de Qin Shi Huang, o primeiro imperador chinês, é uma área realmente muito grande, são 56 km². E além de esculturas de soldados, cavalos, estábulos, palácios e muralhas, também foram encontrados nas proximidades restos mutilados de mulheres, que teriam sido amantes do imperador, bem como o seu filho mais velho que também teria sido assinado, logo após a morte do pai.

Nos últimos 10 anos de vida, o Imperador Qin Shi Huangdi realizou 5 grandes viagens de controle de seu território e somente uma delas resta descrita. Para o imperador, suas viagens eram a oportunidade de praticar ritos associados a seu titulo. Naquele período o soberano tinha um papel também espiritual e se catástrofes abatiam a população, como tempestades ou terremotos, estes achavam que seu soberano não havia feito corretamente os rituais. 

Enquanto praticava sua quinta viagem em seu império, o Imperador fica doente inesperadamente e morre poucos dias depois em 10 de setembro de 210 a.C com apenas 49 anos de idade. A causa da morte é desconhecida, porém acredita-se no envenenamento. Com medo da morte, o Imperador Qin Shi Huangdi mandava preparar constantemente uma poção curadora que lhe garantiria a vida eterna. A base de sua poção era feita com cinabre, um composto mineral de sulfeto de mercúrio que na verdade é tóxico e fatal se consumido em grandes quantidades.

E no caso da mostra O Exército de Terracota e o Primeiro Imperador da China, o Extremo Oriente encontra a cultura européia, em um cenário incrível, com mais de 300 reproduções de objetos feitos no início do império, incluindo estátuas, mais de 170 soldados, armas e objetos descobertos na vasta necrópole de Xi’An. 

A escolha de exibi-la na Fabbrica del Vapore em Milão assume um significado particular também devido à proximidade com o Cemitério Monumental, um lugar imponente e magnífico, um símbolo de espiritualidade e que lembra a sacralidade e força do famoso Mausoléu que abriga as esculturas de terracota na China. Um paralelismo único em uma reunião de culturas antigas que coloca no centro o Exército de Terracota do Primeiro Imperador da China, uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20, assim como a descoberta do túmulo de Tutancâmon, as cavernas de Lascaux e Machu Picchu. 

Enterrado no solo de Xi’an, no leste da China, o exército faz parte do mausoléu dedicado ao imperador. Artesãos chineses da região de Xi’An, hoje, que com os mesmos materiais da época perpetuam a grande tradição da arte oriental. A beleza das estátuas, as obras redescobertas, sua história e a natureza espetacular que o sítio arqueológico oferece ao visitante, revive a luz e a grandiosidade de um império. Visita imperdível!

L’Esercito di Terracotta e il primo Imperatore della Cina

La Fabbrica del Vapore 
Via Giulio Cesare Procaccini, 4 – Milão
De 8 de novembro de 2019 a 18 de outubro de 2020

Por causa do Covid-19, não será mais possível comprar bilhetes direto na bilheteria.
Os bilhetes podem ser comprados ligando no +39 333.9177046 (somente em italiano) ou ainda aqui

Horário 

Segundas, sextas e domingos das 10:00 às 19:30, quintas-feiras e sábados das 10:00 às 23:00

Terças e quartos a mostra é fechada

Valores

Segundas-feiras a 10€ e 14,50€ nas quintas, sextas, sábados e domingos

Menores de 5 anos entrada gratuita

Como chegar

Tram (bondinho) 12-7-14 
Metrô M2 (linha verde) Estação Garibaldi 
Ônibus 37